Conto gótico V: E chega ao seu fim

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Como tudo na vida tem seu fim, minha historia não podia ser excessão, e mesmo que não seja um dos melhores este é o que eu achei mais apropriado.




   Estava ele em um  momento de lucidez, que tinham se tornado cada vez mais raros, se tornou um homem transtornado, não queria dormir para não sonhar com com ela, mas quando o fazia não queria acordar para não perde-la novamente. As queimaduras no seu braço estavam quase todas curada.
   Já não possuía mais seu cão de estimação, como não queria retornar a floresta pra caçar e julgava o animal causador de seus pesadelos, já que foi o próprio que o levou a moça, resolveu mata-lo e devora-lo. Não se via mais o brilho das estrelas em seu olhar e nenhum remorso por seu feito.
   Aprisionado em seus medos o que lhe restava  fazer era se sentar em sua cadeira de balanço, mover-se pra frete e pra trás, apenas ouvindo o ranger da madeira no piso desgastado que não era limpo a alguns meses.
  Pela fresta que havia entre as duas partes da janela soprou um forte vento que fez com que ela se  abrisse, se levantou para fecha-la, enfraquecido por não se alimentar bem não tinha a mesma força de antes, apoiado na janela, levantou seu olhar, viu o punhal que um dia tirou a vida da moça, ali jogado entre as pedras, era certo o que lhe veio a mente quando o viu, nem se deu ao trabalho de ir até a porta usou a pouca força que tinha para pular  a janela. Caiu de joelhos e ali ficou, com as mãos apoiadas no chão lentamente foi se arrastando sentia-se carregando o mundo nas costas.
   O punhal se destacava no escuro parecia que o chamava, o enfeitiçava para seguir em sua direção. Ele o tocou com a mão,segurou firmemente, puxou o ar bem fundo para este ser que seria seu ultimo suspiro ela segurou sua mão.
   - Mas como? Você está morta! Eu te enterrei...
  Ela o olhou profundamente no fundo dos olhos dele, deixou cair uma lágrima. Não era necessário palavras mas seja real ou não ele sentiu que aquele pedaço de vida que tinha sido enterrado junto dela estava devolva, foi soprado para dentro dele como o sopro que abriu a janela.
  Levantou-se nem entrou na cabana novamente e sem luz ou bagagem seguiu andando, não queria levar nenhuma lembrança de lá deixou o olhar aflito que o torturava pra trás e levou apenas o olhar sereno e afetuoso que recebera nesta noite, uma certeza que tinha era que jamais a esqueceria pois ela roubou não só o brilho do seu olhar mas muitos dias de sua vida. E o sol surgiu no horizonte.

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